segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Da vida de quem?














Estradas e caminhos
pessoas em seu mundo,
ruas e destinos,
tão rasas, tão longe do fundo.

De dia, uma xícara de café,
à noite, tarja preta.
Pela tarde, me mantenho em pé.
E na madrugada, à espreita.

O cinza do céu azul da cidade
levo nos passos rápidos da vida.
Prefiro não dizer a verdade,
nem escolho ser destemida.

Perdi-me nas responsabilidades.
Esqueci-me de crescer.
Deixei minhas felicidades.
E, no espelho, não posso me ver.

Robô, massa, vazio...
Fantoche, marionete, modelado.
E vamos todos num só navio,
cujo céu do mar não é estrelado.


Camila Castro

domingo, 3 de maio de 2015

O domingo e a saudade













Quando a noite cai e a cama me parece vazia,
O coração dói e chora.
Chora como criança sem pirulito.
Chora como cachorro preso lá fora.
Os caminhos longínquos que separam nossos lábios
São ainda mais longe aos domingos.
“Calma, vai passar” me dizem os sábios,
Mas estes nada sabem da saudade,
Do amor e dos carinhos.
Segunda chega, passa a terça até a quarta.
Na quinta me animo, pois falta pouco.
Sexta. Sorriso no lábio e mochila nas costas.
Dois dias no paraíso e volta o domingo.
Na semana cresço e aprendo,
Porém o coração bobo sofre e chora.
O que é o amor nessa dor que se aflora?
Como pode tanta saudade,
Como assim seguirei vivendo?
Seguirei, por este é o caminho da coragem.
Dói! Mas, também constrói.
Choro, mas também sorrio.
E assim sigo, vivendo os dias e

Esperando pela fuga para aquele lugar que habita meu coração.

Camila Castro - 03/05/2015