segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Da vida de quem?














Estradas e caminhos
pessoas em seu mundo,
ruas e destinos,
tão rasas, tão longe do fundo.

De dia, uma xícara de café,
à noite, tarja preta.
Pela tarde, me mantenho em pé.
E na madrugada, à espreita.

O cinza do céu azul da cidade
levo nos passos rápidos da vida.
Prefiro não dizer a verdade,
nem escolho ser destemida.

Perdi-me nas responsabilidades.
Esqueci-me de crescer.
Deixei minhas felicidades.
E, no espelho, não posso me ver.

Robô, massa, vazio...
Fantoche, marionete, modelado.
E vamos todos num só navio,
cujo céu do mar não é estrelado.


Camila Castro