quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Palavras do meu silêncio!


E os olhares não se cruzaram
em meio a multidão perdida.
Numa solidão muito mais que ardida,
aqueles passos me amedrontaram.

E longe do tom explicador,
pela boca lâmina lhe saia.
Lançava ali mesmo por onde ia
todo sentimento meu ameaçador.

Outrora um sorriso lhe iluminava.
E, num momento de amor, todo assim...
logo depois lhe açoitava.

Num adeus, que não para mim,
mais uma palavra eu esperava.
Palavras de um silêncio muito maior que o próprio fim.

Camila Castro

domingo, 20 de setembro de 2009

De volta ao Coelho


Ouço vozes ao fundo...
Atrás do meu pensamento,
ouço vozes do mundo.

Certo seria entender.
A cabeça cansa,
e só faço esquecer.

Entre a química e a história,
palavras ao vento me passam...
O certo é que isso não é vitória,
não importa o que as pessoas façam.

A ignorância assola a vida.
Diminutivo se torna meu nome.
Burrice toda adquirida,
conhecimento todo que me some.

Deixe-me voltar ao Coelho,
buscar a história,
e tentar não ser mais um pente
lho!

Camila Castro

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ignoro!



Num mundo distante,
meu pensamento se perde.
Posando naquele stand,
a infantilidade me impede.

Entre as caras sujas de medo,
corro a caneta no papel.
Eu ainda não entendo,
quero saborear o seu mel.

Porta retrato de desocupados,
notícia de idiotas.
Nossos dias nunca são armados,
só quero colocar minhas botas.

De olhos fechados estou.
Com um sorriso no peito,
os ignoro por onde vou.

Amar o amor,
beijar o calor.
E sentir teu fervor.


Camila Castro

Vulgaridade do meu ser!


No balanço da barca,
no entrave do amor...
Eis que surge uma marca,
uma marca de uma dor.

Na hipocrisia da caneta,
no fingimento do papel.
Poeta que não se contenta,
e se esconde atrás do véu.

Palavras de açoite e sentimento.
Faca entre seios.
Flor que surge neste momento,
loucura que surge entre os meios.

Frases sem sentido,
pensamento vulgar.
Levanta o seu vestido,
Ali é meu lugar!


Camila Castro

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

E isso é ciúme!


Roí a unha,
e segurei o próprio peito na mão.
Uma arma no peito punha,
e, até mesmo, perdi a noção.

Quis ser proteção,
e proteger-me de mim mesma.
Dizer sim e dizer não...
E não agir como uma lesma!

Odeio por um instante.
Tento fugir do desprezível.
E, longe da sua estante,
pareço ser terrível.

Quero guardar pra mim,
e dentro de uma caixinha cuidar.
Loucura e desaforo sem fim,
acho que não sei amar.

E isso, que sinto e que me enlouquece,
chama-se ciúme!
Parece que ele não me esquece,
e, de fato, não é faca de um só gume!

Tento fugir,
tento ser o que não sou.
Tenho que admitir,
nem sei para onde vou.

Perdoa tão insensata atitude,
tira do peito esse amor,
amor que é tão rude.
Melhor pra ti viver sem essa dor!
Camila Castro