quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Entrelinhas


Me conheces tão bem,
e ainda sou um mistério pra você.
Fui tua como de mais ninguém,
e você, meio que sem perceber, sempre me lê.

Na contradição do meu ser,
você se perde e se encontra,
eu também tento me perder,
mas acabo fazendo uma afronta.

Na armadura montada por mim,
você se amedronta e enfrenta,
uma mentira sem fim,
não há armadura, fique atenta!

Meu coração carente e solitário,
te espera e deseja,
como um peixe fora do aquário,
nada é como a gente almeja.


Busca, em mim, você!
Vem pra perto, vem me ver!
Traz consigo o pra sempre,
me rapta me rouba.

É bom quando você me beija,
faz de mim a “loucura insana”
me desacredita, me ama,
e me busca onde quer que eu esteja.

Estou à sua mercê.
E, isso, não percebes,
não sou de mim, sou de você,
e, por isso, espero que um dia me leves.

Está ficando tarde,
e a tinta da caneta falha,
não farei mais alarde,
vou juntar toda a minha tralha.

O tempo passa
e talvez o tarde chegue cedo.
Isso que tento dizer,
vê se percebe, e pára de medo!


Camila Castro
14/02/2011


Nenhum comentário:

Postar um comentário