
Escureceu ali em frente
e, no preto do escurecido,
o mundo pleno e esquecido
foi deixado louco e doente.
Cedo a indiferença despertou,
e, cego, o seu Zé do bar da frente,
escolheu o moço demente,
que lá em cima o representou.
Esperando luz, água e comida,
ficou sentado e esperançoso.
Logo depois, um pouco rançoso,
aquela esperança estava sumida.
O bar fechou e a luz extinguiu,
os insetos comeram o feijão,
a sujeira cobriu o chão
e o gás, por sua vez, explodiu.
Seu Zé, exausto do nada que vem
foi buscar abrigo na prefeitura,
no hospital buscou a cura,
mas só recebeu desdém.
Ele, louco e enlouquecido,
puxou o gatilho na cabeça,
Ah e, antes que eu me esqueça,
Ele mal havia vivido.
Camila Castro
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