
na noite quente
e alucinada,
seu pranto me atormenta,
me enlouquece e submete.
dentro do meu sentir.
No corpo a perceber,
o tato a desejar.
no que prefere e quer,
o ser fica a esmo
sem tecer o que se é.
e o coração vazio está.
Sem saber o que é senti,
sem ter aonde chegar.
alucino na cama desarrumada,
inerte no escuro da noite,
vegetando na vida calada.
as palavras me buscam afiadas.
Não tenho olhos esperançosos,
tampouco a boca fechada.
pinto minha cara borrada,
enceno para todo o povo
que espera a carcaça armada.
e depois me recomponho.
Sigo em minha atuação diária,
para não desapontar os espectadores.